Reviravolta Digital

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privacidade

A privacidade na era da Internet é... paradoxal. Há algum grau de privacidade em ser anónimo; mas o que realmente receamos é o que acontece quando alguém começa a escavar dados para encontrar algo... sobre ti.

A privacidade é realmente sobre não ser controlado, ou hackeado, ou vendido, roubado ou manipulado por forças sem rosto do "mercado", de governos, ou organizações políticas, ou insere aqui o teu Bicho-Papão favorito.

A meu ver, só temos duas opções, ambas começam com o mesmo passo:

  1. Admitir que perdemos. Perdemos o controlo do nosso planeta para corporações, ONGs, governos e ideologias. Nós, humanos, somos na sua maioria passageiros impotentes para sistemas e ideias criadas há centenas, ou até milhares de anos atrás. Estamos presos num jogo que ninguém ganha. Todos nós - todos os humanos - incluindo os nossos descendentes, perdemos.

Futuro A: Admitirmos que somos nada mais que gado, e instalarmo-nos nas nossas confortáveis prisões. O nosso futuro não é nosso para decidir; vamos deixá-lo às mãos capazes da Organização Mundial do Comércio (OMC/WTO), ou qualquer que seja o novo sistema que nos seja imposto.

Todos, em qualquer lugar, poderão saber tudo o que quiserem, sobre qualquer indivíduo, se souberem a quem perguntar. Quem tem essa informação? Toda a gente. E eu também. E um chefe da máfia russa também. Tal como insere aqui o teu Bicho-Papão favorito.

Futuro B: Reinventar uma internet nova que não possa ser pirateada, a partir do hardware. Se possível, constrói-la num Arduino, ou hardware similar de código aberto.

Começar do zero: a BIOS, o sistema operativo, tudo. Incluir uma carteira no design. Incluir alguma forma de trocar moedas, energia, valor, esforço, e objetos tangíveis.

O sistema de código aberto pode acabar por se revelar inviolável - para os humanos, de qualquer forma. Tem de ser inacessível a partir de qualquer dispositivo ligado à internet. Estes dispositivos serão construídos para se ligarem apenas uns aos outros. Sim, eles irão usar os mesmos routers WiFi, torres de telemóvel e cabos, mas isso é um problema de criptografia que é facilmente resolvido.

Que guardião poderia impedir qualquer um de nós de ter acesso ao self-service bancário? Como poderia alguém roubar ou defraudar alguém com sucesso quando todo o registo está numa blockchain?

Poderíamos realmente criar uma Web3? A Web3 imaginamos onde as corporações não nos governam? Onde não nos censuram? Um lugar deliciosamente livre de cada pixel de conteúdo ser sobre alguém que nos queira tirar a atenção, dinheiro, ou pior tirar-nos de outra pessoa?

Podíamos criá-lo, desde que não o ligássemos à Internet. Apenas contas individuais; nada de corporações. Sem carteiras partilhadas. Do hardware até ao hardware. Incluindo a filosofia.

Esta 'desconexão' do resto da internet funciona como um filtro, ou uma membrana impermeável para corporações, religiões organizadas, organizações políticas, e identidades nacionais.

Onde podemos ser, apenas humanos. Talvez o único lugar no planeta como este.

O dispositivo é também o servidor, a carteira de hardware, a base de dados, a interface gráfica, e a pele (ecrã).

O dispositivo contém toda a tua informação. As tuas fotos, registos de saúde, registos telefónicos, mensagens de texto, publicações, ensaios, etc. Qualquer conteúdo que queiras privado - permanece privado.

Torna-te um fantasma para o sistema. Aquele que te quer manipular. Afasta-te do jogo que ninguém ganha, mas todos eles continuam a jogar, porque acham que é "rentável". E confortável. Tenta descobrir, como desaparecer...