Big Tech no Fediverse é perigoso

Em março de 2023, ouvimos falar dos planos da Meta para se juntar ao fediverse pela primeira vez, após terem confirmado trabalharem numa alternativa semelhante ao Twitter, utilizando o protocolo ActivityPub.

Nome de código: Project 92.
Nome de lançamento: Threads.

Isto é ótimo! Agora podemos ligar-nos a ainda mais pessoas podem utilizar as nossas aplicações familiares! Mas há um grande senão. Nos últimos dias, surgiram novos rumores.

De acordo com várias fontes na indústria, alguns administradores de domínios do fediverse tiveram reuniões secretas com a Meta ao abrigo de acordos de confidencialidade.

Falar sobre uma rede aberta como o fediverse com uma grande empresa a portas fechadas na confidencialidade é uma ideia péssima. Penso que o facto de não quererem discutir publicamente os planos da Meta para o fediverse prova que não se preocupam com a ideia de serem abertos ou a federação.

Poderão até ligarem-se à rede existente. Mas e se a plataforma deles ganhar tração suficiente para que uma quantidade substancial de utilizadores mude para o domínio do Meta? Nessa altura, só têm de bloquear novamente a rede. Ou quem sabe, talvez proponham alterações ao ActivityPub em que implementam um algoritmo de recomendação. Pode até ser pior, proporem uma plataforma de anúncios.

A Meta, ou qualquer outra Big Tech não se preocupam com os utilizadores. Preocupam-se com a empresa e com o aumento do valor para os seus acionistas. Lembrem-se sempre que os utilizadores não passam de uma fonte de receitas para eles.

Se queremos que o universo da fediverse sobreviva como está agora, temos de intervir logo no início. Não devemos federar-nos com eles. Temos de provar, de uma vez por todas, que as plataformas de redes sociais geridas por grandes empresas não passam de uma experiência falhada e de uma relíquia do passado.